sábado, 17 de dezembro de 2011

SHAUL E A LEI



 PEQUENA BIOGRAFIA


Descendente de família israelita pela tribo de Benjamin (Romanos 11: 1), Shaul (Paulo) nasceu em Tarso na Cilícia no início da era cristã. Sendo discípulo do Rabino Gamaliel (Atos 22: 3), tornou-se exímio conhecedor dos escritos da Torah, destacando-se entre o judaísmo farisaico como seguidor e capacitado intérprete da Palavra do ETERNO. Por volta do ano trinta e seis (36) passou a ocupar a posição de severo perseguidor dos adeptos da religião dos netzarim (nazarenos), encerrando essa jornada quando, segundo se pode ver em Atos capítulo 9, teve uma visão de uma voz que do alto lhe falou e de uma luz que o deixou cego.   
 A partir desse acontecimento, seguiu para Damasco onde foi batizado por Ananias, dando assim início à sua fé que futuramente, por traduções várias, passou a ser reconhecida como símbolo do cristianismo. Se ele seguiu a meta religiosa dos netzarim (nazarenos), adquiriu essa forma denominativa, o que na lógica o não qualifica como cristão.  
Poderia falar aqui muito mais desse apóstolo às vezes tão criticado; elogiado; tomado por culto; ignorante; lúcido; louco; por divergentes opiniões a seu respeito. Todavia, retornarei a seus escritos epistolares buscando desvendar a objetividade contida em cada um de seus pensamentos, alvo de conceitos descritivamente mal estruturados. Não devemos de forma alguma esquecer seu alerta contido no cap. 1 vss. 26 27 de sua primeira carta aos coríntios, pelo qual ele nos transmite uma verdadeira aula.

Romanos cap. 6 vs. 14 – “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”.

O que significa está debaixo da lei? No julgamento dos transgressores isso quer dizer está a guardá-la, quando aí não se encontra a correta interpretação contida na objetividade do apóstolo. Andar nessa condição é viver contrário aos fiéis decretos de י ה ו ה YHUH, tendo em vista que a lei não é para quem os pratica e sim para quem os transgride.
 Quando alguém comete adultério, mata, rouba; quem comete tais delitos fica posicionado acima ou abaixo da justiça? Respondendo por seu crime, estará submisso a ela pela qual será julgado, ou até mesmo condenado. Ficar acima da lei, significa andar em obediência para com todos os mandamentos dados por י ה ו ה YHUH, destinados a nos afastar das transgressões.
 Como poderá o ser humano se dizer agraciado, se não estiver de acordo com os preceitos da lei? A pessoa é tocada pela graça, quando recebe o entendimento para conhecer o verdadeiro nome do Eterno; para ter obediência aos mandamentos da fé; e ter a sábia visão para que possa ter em si o concerto estabelecido. Sem essas qualificações, quem se disser está na graça não estará falando a verdade. “À lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”. Yshayahu (Isaías) 8: 20. Ora, quem não ver a alva, não ver a luz; quem não ver a luz, não ver a salvação; e não vendo a salvação, não verá também a vida eterna.

Romanos cap. 3 vs. 28 – “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”. 

Parecendo não concordar com essa mensagem de Shaul aos romanos, vemos o cap. 2 vss. 24 26 da carta de Tiago: “Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé. Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”. Em quem devemos confiar? Qual dentre os dois apóstolos pregou a verdade? Antes de qualquer resposta, é preciso entender o raciocínio de Shaul referente ao significado de obras da lei.
Ainda na mesma carta aos romanos no cap. 7 vs. 5, ele esclarece: “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a morte”. Aqui começa o desvendar da interpretação numa frase: “As paixões dos pecados que são pela lei”. Nessa colocação frasal, se pode ver o correto raciocínio do apóstolo.
Vendo obras da lei como violação aos mandamentos, No cap. 7 vs. 7 do mesmo escrito aos romanos ele faz outro esclarecimento: “Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência se a lei não dissesse: Não cobiçarás”. O raciocínio do apóstolo é claro: A lei não é pecado; mas esse, quando cometido, torna-se uma obra dela por contradizer a obra da fé: “Não cobiçarás”. Em gálatas cap. 3 vs. 10, com maior aprofundamento ele explica de forma mais clara.

“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. 

Está debaixo da maldição é guardar os mandamentos dados por י ה ו ה YHUH? Que tal forma de pensar nunca se aproxime dos que pela obediência buscam lhe servir. Não estando de pleno acordo com os decretos altamente ordenados, obviamente a pessoa estará debaixo das obras da lei causadas pelas transgressões. Essas obras, nada têm a ver com as obras mencionadas por Tiago no cap. 2 vss. 24 26 de sua carta.
Quando ele diz que a fé sem obras é morta, fala das obras resumidas na obediência dos decretos ordenados pelo Altíssimo. Ninguém condene Shaul por definir os pecados como obras da lei; nem a Tiago por definir que sem o cumprimento das obras a fé é morta, porque ambos estão corretos em suas formas de ensinar. Obras da lei: pecados por transgressões. Nessas, justificação não há. Obras da fé: Zelo pelos mandamentos. Nessas, o ser humano é justificado por aquele que as criou.

Romanos cap. 7 vs. 22 – “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus”. 

Eis aqui a resposta de Shaul para todos os que o acusam de ter tachado a lei de lixo, que extrapolam dedutivamente o texto contido em filipenses 3: 7 8. O que ele considerou como perda por não mais ter nenhuma serventia para ele? Vejamos o versículo seis: “Segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. Eis o pano de fundo da verdade: Ele que se achava irrepreensível em sua conduta para com a lei, foi cúmplice na morte de Estevão e perseguidor dos pobres, violando dois mandamentos: “Não matarás; e ama ao teu próximo como a ti mesmo”.
Nesse seu quebrantamento, Shaul viu seu entendimento fracassar. Assim, diante da sabedoria que lhe veio por meio do Ruach Kadosh (Espírito Santo), considerou como lixo a sabedoria carnal que adquirida através da letra; e o poder de perseguir que recebera de um pequeno número de invejosos que se deixavam guiar pela rigidez e não pelo amor da lei. Você que está tendo a humildade de acompanhar esse estudo, julgue: Poderá você considerar por lixo uma coisa, pela qual, interiormente tenha grande prazer? Tem gente adoçando com sal e salgando com açúcar. 

Versículo 6 – “Mas agora estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”.

Na convicção de Shaul a liberdade perante a lei seria por anulação da mesma? Esse jamais poderia ser o seu pensamento, como se pode ver através de outros textos deixados por seus ensinamentos apostólicos. No seu primeiro escrito destinado a Timóteo cap. 1 vs. 8, ele deixa claro a situação da lei repudiando todo e qualquer conceito contra ela: “Sabemos, porém que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente”. E ainda na mesma textualização: “Sabendo isto que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os fornicários, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina”.

Poderá existir sã doutrina onde a justiça não se fizer presente? Ou, poderá existir alguma justiça se não houver cumprimento da sã doutrina? Creio ser isso impossível, ilógico, não aceitável na compatibilização estruturada de uma contextualização fidedigna, onde as duas andam de mãos dadas.
Não trazendo seus perfeitos ensinamentos ao coração com deve ser feito, muitos estiveram e outros ainda estão na observação única da letra. Com a promessa da vinda do Ruach (Espírito) sobre toda a carne da descendência de Ysrael, como mostra Yoel (Joel) no cap. 2 vss. 28 29 do seu livro, a lei aos poucos está saindo da escrita exterior para uma interior nas mentes dos eleitos, agora servindo a י ה ו ה YHUH na novidade instrutiva do Ruach Kadosh (Espírito Santo), não na velha confiança de um aprendizado carnal.
 Mesmo sabendo não ser merecedor de tão grande misericórdia, tenho viva confiança de que serei salvo por essa eterna graça, a qual me tem concedido permanecer firme na obediência para com os divinos decretos que me matou para o mundo, para que pudesse viver através de Yaheshuah ha Mashiach (o Messias). Agora nesse meu novo estilo de vida, por ele canto verdadeiros louvores ao nome do Eterno não mais pelo aprendizado da letra, que estava em mim, mas pela presença do seu Ruach Kadosh que me tocou. Agora posso entender que a lei é para quem mata; furta; adultera; viola o shabat (sábado); e quebranta qualquer mandamento decretado pela boca de י ה ו ה YHUH.

Versículo 7 – “Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum; mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás”.

Abrindo espaço para uma justa visão sobre a sua objetividade posta nesse versículo, Shaul busca mostrar a lei na sua utilidade esclarecendo que de modo nenhum ela deve ser vista como pecado, sim como fiel instrução para que por ela possa esse ser revelado. Guiado por tal raciocínio ele mostra sua frágil condição de não poder conhecer a concupiscência, se a lei, por seu mandamento, não lhe dissesse: “Não cobiçarás”.
Da mesma forma, os que buscam honrar a י ה ו ה YHUH poderiam furtar; adulterar; matar; se pela lei também não fossem advertidos: “Não furtarás; não adulterarás; não matarás”. Não tendo discernimento disto pelo lado espiritual, muitos têm tropeçado na visão quando deduz a lei como ponto de escravidão, julgando a mesma não mais necessária para obediência da Palavra.
Tudo isto acontece, por repúdio ao semitismo que recebeu do Eterno י ה ו ה YHUH os ensinamentos da Torah (Lei), os quais permanecem em vigor para sempre. Ensinando que não se deve cometer adultério; adorar imagens; não estariam os contradizentes por essa forma agindo a favor da lei? Prevendo uma ruptura que haveria de vir, no cap. 2 vss. 10 11 de sua carta, o fiel apóstolo Tiago adverte sobre o que acontece a quem age por essa forma.

Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares estás feito transgressor da lei”.

Aquele que diz praticar nove mandamentos, na violação do shabat (sábado) não é a lei transgredida também por ele? Obviamente sim, porque o mesmo que determinou esses, também disse: “Lembra-te do dia do shabat (sábado) para o santificar”. Quebrantando, então, o kadosh (santo) dia do repouso, o que assim pratica indubitavelmente trona-se transgressor daqueles que julga seguir.

Versículo 9 – “E eu, nalgum tempo, vivia sem lei; mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado e eu morri”.

Em qual tempo Shaul viveu sem a lei? Se levarmos em conta o segundo maior mandamento: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”, não é difícil imaginar o tempo em que ele dela permaneceu afastado. Tendo recebido carta branca para perseguir, prender, até mesmo matar todos que tinham se aderido ao Mashiach, ele que na confiança de seu aprendizado julgava está em defesa da lei, na prática estava em violação para com a mesma. Isso, porque se deixava guiar por uma sabedoria firmada no seu aprendizado carnal.
Sendo cúmplice na morte de Estevão, ele rompeu com o mandamento que diz: “Não matarás”, deixando aí as obras da fé para se tornar submisso às obras da lei. Tocado pelo Ruach Kadosh do Eterno י ה ו ה YHUH que lhe concedeu novo entendimento, recebeu a escrita no seu coração passando a partir daí a obter o verdadeiro zelo pelas obras da fé, resumidas nos fiéis decretos da eterna lei do Criador do Universo.
Com esse renovado discernimento, ele que se julgava defensor da lei logo se viu morto pelo pecado, no exato momento em que o justo mandamento “Não matarás” se revelou no seu interior, lhe fazendo ver a sua dupla característica de seguidor e quebrantador da lei. Como mostra o versículo 24, temendo pela sua situação ele clamou interrogando: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo dessa morte”? Já na inspiração do Ruach Kadosh ele reconhece que só pelo Mashiach sua dívida seria paga, para uma libertação lhe ser concedida. Nesse reconhecimento, como diz o versículo 25, ele dá graças a י ה ו ה YHUH por ter recebido a graça salvadora por intermédio do seu intercessor, que o libertou da lei do pecado o agraciando com novo entendimento, que passou a lhe revelar o amor e não a dureza da lei.
 Como testemunho da sua fidelidade guiada por seu novo conhecimento, em atos cap. 24 vs.14 repreendendo aos que sem entendimento lhe acusavam, desabafou perante o Governador Félix: “Mas confesso-te isto: Que conforme aquele caminho que chamam seita assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas”.
Se esse apóstolo na sua missão acreditava em tudo quanto estava escrito na lei, iria isolar o shabat (sábado) dado pelo próprio Altíssimo? E se acreditava em todos os escritos dos profetas, combateria a circuncisão? Se assim o fizesse estaria em contradição consigo mesmo, por onde seu testemunho não poderia ser aceito como fidedigno. Parabenizo a Shaul pela sabedoria que do alto lhe veio, compreendida por poucos e extrapolada por muitos.  Na sua nova jornada de homem espiritual ele declara ter prazer na lei, mostrando com isso a fidelidade para com a mesma que jamais veio a ser abolida por sua conduta missionária. Sejamos coerentes: Pode alguém interiormente ter prazer numa coisa por si anulada? Só nos prazerosos das torções isso pode ser possível.
Contradizendo aos que lhe colocam como opositor da lei, mostrou que essa está no seu interior, alojada no seu coração, na sua mente, tendo por ela prazer conforme as obras da fé, resumidas na obediência. Esse é o Shaul convertido pela misericórdia de י ה ו ה YHUH, que lhe fez compreender a essência da verdade. Para que não haja mais julgamento precipitado contra esse apóstolo descendente de Benjamin, além do que aqui já foi mencionado a seguir mostrarei outros de seus ensinamentos

Versículo 3 – “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o espírito”.

Tendo fracassado diante de muitos dos mandamentos da fé, a carne tornou a lei enferma pelas rupturas nela provocadas, não podendo de forma alguma trazer por si mesma a justificação redentora. Todos, na sua maneira de pecar, contribuíram com a sua enfermidade através das transgressões. Sem poder de si mesma corrigir seus transgressores, cada ruptura nela se erguia como ponto de acusação sobre os que lhe feriram, os levando a uma “condenação”.
Tendo prometido a Avraham, a Yitzhak e a Yaakov (a Abraão, a Isaque e a Jacó) a herança da terra prometida aos descendentes destes, י ה ו ה YHUH precisava da conversão de Ysrael para que sua promessa fosse cumprida. Então, para que os pecados do seu povo fossem perdoados, enviou seu Filho Yaheshuah há Mashiach para que a justiça fosse cumprida por ele, libertando assim o seu povo do jugo da escravidão.
Tendo cumprido justamente toda a lei, logo ele matou o pecado que estava alojado na carne de seus irmãos, o condenando, para que eles ao mesmo não retornassem. Como deter esse terrível retorno? Através das obras da fé, fiéis mandamentos, para que as obras da lei não mais pudessem se manifestar.
Por isso ele deu testemunho “Eu não vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir”. E quanto ao nosso dever de observá-la, ele ensinou: “Nem um só jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”. E de que a vida eterna depende da obediência para com a lei, disse ao jovem que o interrogara: “Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos”. Matyahu (Mateus) 5: 17 18; 19: 17.
Os que andam segundo a carne não se deixam sujeitar pela kadosh (santa) lei, pois neles diariamente operam desonra, homicídio, adultério, idolatria, falso testemunho, furto, ódio, cujos delitos não lhes permitem entrar na obediência das obras da fé. Já nos que valorizam a graça pela qual nossas transgressões foram apagadas, a justiça da lei deve vigorar, só sendo isto possível pelos mandamentos da fé.
Embora não havendo merecimento algum de nossa parte, a graça nos veio como perdão para nos libertar das obras da lei, ou seja, da presença dos pecados induzidos por nossas transgressões, quando por essas andamos todos apartados da vontade do Altíssimo. Essa liberdade nos matou para o mundo, nos reconciliando interiormente com  י ה ו ה no amor do seu Filho י א ה שׁ ו ע ה  YA He SHUAH Ha Mashiach, o qual tomou todas as nossas enfermidades espirituais tirando-as de nós.

NOTA: O e posterior ao primeiro H, é uma semivogal que produz o som da letra ה (Hê).
A ESCRITA: YAHSHUAH.  ­­­­­­­­­­­­­­­­­­--------- A PRONÚNCIA: YA HE SHUAH.

 Estando uma pessoa presa por matar ou roubar, diante do ato que praticou merece a liberdade? Digo que não. Porém, se alguém dela se compadecendo contratar um advogado e a libertar, se após esta liberdade ela retornar ao crime não será novamente punida pela lei? Sim, visto ter retornado ao erro que lhe havia feito prisioneira sob o jugo da desobediência.
Pela mesma forma, se a graça veio para nos libertar das acusações da lei que nos fazia prisioneiros devido nossos pecados, voltando a transgredir os mandamentos da fé não estaríamos em rejeição para com a mesma? Sem nenhuma dúvida. Isso provocaria de imediato nosso retorno à condição de escravos, por outra vez aceitarmos a transgressão.
O homem quando tocado pela graça, recebe o perfeito entendimento para conhecer e obedecer a Kadosh (santa) lei do Eterno, sendo essa também a fé testemunhada por todos os neviim (profetas) que dessa mesma graça foram participantes. Sendo agraciados pela misericórdia do alto, permaneceram firmes nas obras da fé, provando assim que não existe a lei sem a graça e a graça sem a lei, mas, que as duas caminham de comum acordo.
Como raciocinou Shaul, a enfermidade da lei para nós agora deixou de existir pela libertação que nos veio do Altíssimo, através do seu Mashiach, que nos conduziu novamente ao caminho da justiça. Em toda essa libertação, uma coisa é certa: só a misericórdia do alto é que pode nos livrar das nossas desobediências, nos fazendo compreender a verdade que liberta.

 Colossenses cap. 2 vss. 16 17 – “Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados. Que são sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo”.

Antes de formar qualquer conceito sobre esse diálogo direcionado aos fiéis em Colossos, faço questão de trazer o raciocínio do apóstolo diante de outro testemunho vindo diretamente da boca do Eterno י ה ו ה YHUH, para que se tenha uma definição justa diante da realidade do ensino.

Yshayahu (Isaías) cap. 66 vss. 22 23 – “Porque, como os céus novos e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, assim há de está a vossa posteridade e o vosso nome. E será que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o ETERNO”.

Seguindo a orientação do primeiro versículo da forma textual acima, não há como não se observar que há um tempo decretado para cumprimento dessa profética mensagem, cuja realização terá continuidade num novo reino onde céus novos e uma nova terra hão de vir. Se ainda estão por vir, logicamente são coisas vindouras. Sendo que o shabat de י ה ו ה YHUH equivale a um ano, distante da perfeição celestial o do ser mortal é apenas uma figura firmada semanalmente, até que estejamos na imortalidade.
Quando a sombra de uma pessoa vem adiante, nos avisa da chegada de sua perfeita forma até que já tenha passado. Da mesma forma, de acordo com o raciocínio de Shaul o shabat (sábado), a lua nova e as outras festas também são sombras das vindouras que hão de vigorar no reino eterno, devendo assim ser cultivadas como memoriais dessas.
Quando se pergunta para quem o apóstolo direcionou a sua carta, de forma generalizada a resposta é: “Para os Colossenses”. Quando observada no seu início ela indica ter sido direcionada aos fiéis irmãos em Colossos, não a toda população ali existente. Colossenses 1: 1 2. Essas pessoas fiéis tinham algo especial para serem lembradas pelo apóstolo: Eram cumpridoras da palavra de י ה ו ה YHUH, o que as diferenciavam das demais.
Se hoje viesse uma carta do profeta Yshayahu (Isaías) com destino aos fiéis existentes no Brasil, estaria tal carta se referindo a todos os habitantes deste país? Se fosse por essa forma, todos os que vivem a cometer homicídio, idolatria, bruxaria e outras profanações estariam incluídos nessa fidelidade.
Os que assim procedem, guardam as festas de י ה ו ה YHUH? Guardam seu kadosh shabat (santo sábado)? Crê no seu perpétuo concerto da circuncisão? Obviamente não! Então, a quem essa carta estaria sendo dirigida? Aos que se dizem kadoshim (santos), praticando as mesmas rejeições? Logicamente não. Tal carta estaria endereçada aos que mantém o zelo pelas obras da fé, as quais se encontram resumidas em todos os mandamentos dados por  י ה ו ה YHWH, único Criador e Adon (Senhor) do Universo.
Da mesma forma que os fiéis hoje são criticados, os irmãos dessa mesma fé, lá em Colossos, passavam pelas mesmas críticas ou até piores.  Buscando confortá-los por uma fiel demonstração de que os mandamentos da fé não deveriam ser deixados de lado, Shaul, tendo zelo por todos eles advertiu: “Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados. Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de “Cristo”.
Com essa sua mensagem ele não só encorajou aos que estavam na fé dos profetas, como também ao mesmo tempo enviou uma dura repreensão a todos os que não se deixavam sujeitar perante os mandamentos da lei do Eterno. Esses, eram os infiéis que criticavam e perseguiam os fiéis cumpridores dos decretos da fé, que uma vez foi dada aos kadoshim (santos).
Torcidas visões têm posto Shaul diante de duas posições constrangedoras: a maioria dos que seguem a lei por vê-lo como perseguidor desta; e os que a rejeitam, por vê-lo como abolicionista da mesma. Para ambas as partes, afirmo que Shaul jamais buscou perseguir ou abolir a lei do Eterno י ה ו ה (YHUH) através de sua conduta e de seus ensinamentos, estando isso evidenciado em suas próprias palavras não vistas corretamente.
Em momento nenhum deixou ele de falar bem da lei do Altíssimo; de honrar o seu kadosh shabat; (santo sábado); de se posicionar inteiramente a favor da circuncisão; enfim, de está em obediência com toda a palavra professada pela boca do Elohym (D’us) de Ysrael. Ser contrário a isto é não ter uma visão adequada sobre a sua evangélica missão.
Para os que honram a lei desprezando a graça, ele é tido por falso profeta. Para os que dizem honrar a graça sem honrar a lei, o reconhecimento para com ele torna-se o mesmo. Quanto aos que aceitam esses dois requisitos numa junção coerente, têm esse apóstolo numa qualidade fidedigna dentro de sua grande trajetória missionária, numa visão aberta para compreender que tudo quanto ele ensinou em nada foi profano.

Romanos cap. 3 vs. 31 – “Anulamos a lei pela fé? De maneira nenhuma; antes estabelecemos a lei”.

É de se estranhar Shaul instruindo aos gálatas o não cumprimento para com a lei de י ה ו ה YHUH, quando demonstra ensinar aos romanos que a lei não deve ser anulada diante da verdadeira fé. Estaria ele a pregar duas formas de evangelho? Digo que não, pois dessa forma estaria criando obstáculos entre romanos e gálatas. Na verdade, seus ensinamentos se revelam contrários a um romanismo inimigo do profetismo justo. Vendo a desprezível conduta desse sistema romanista, no cap. 7 vs. 12 de sua carta aos romanos ele adverte: “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo, e bom”.
    Parecendo contradizer essa textualização aparece o vs. 11 do cap. 3 do livro de gálatas: “E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”. Se para os romanos o guardar a lei é sinônimo de justificação e para os gálatas ela não justifica, onde Shaul falhou? Estaria ele, diante dos gálatas, a se desviar da verdade? Que tal dedução, em tempo algum, venha se proliferar nos estigmas da coerência, para que o petróleo não possa tingir a fonte do remanescente de Ysrael.
Para que o tropeço não mais venha está diante da eleita remanescência israelita, eis aqui a compatível explicação: vendo Yshayahu (Isaías) cap. 45 vs. 25, romanos cap. 8 vs. 33, se pode ver que a justificação vem unicamente do Eterno י ה ו ה YHUH, sendo isso exemplificado em Avraham (Abraão) quando a recebeu. Uma pergunta: Nosso pai Avraham foi justificado estando em obediência ou desobediência para com a lei? Em Bereshit (Gênesis) cap. 26 vs. 5 se tem a resposta.

“Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis”.

Nesse contexto Shaul demonstrou aos gálatas uma justificação vinda da misericórdia do Eterno י ה ו ה YHUH sem anulação da lei, a qual não foi feita para justificar e sim para corrigir. Isso resume o ensinamento dele direcionado aos romanos, ficando a lição de que qualquer ser humano é justificado pelo Altíssimo não por simplesmente ouvir a lei, mas por praticá-la.
Será que em filipenses 3: 8, como muitos deduzem, Shaul tratou a lei de lixo? Depois de ter observado tudo que aqui foi dito sobre ele, você, que teve a humildade de acompanhar esse estudo até agora, tire sua conclusão. A minha, assim se resume: O que Shaul considerou como lixo, foi a sua confiança carnal de ser profundo conhecedor da lei; e o poder que adquirira para perseguir, prender e destruir os que não andavam conforme seu jeito de ser antes que a renovação lhe tocasse. Nessa sua confiança, ele que zelava da lei se fez transgressor, sendo cúmplice na morte de Estevão e de outros que viram a prisão e a morte por causa da sua dura perseguição. Quando passou a ver a lei através do amor e do perdão, considerou como lixo seu aprendizado rabínico. Jamais ele tachou a lei de lixo, mas a teve como kadosh. Romanos 7: 12.

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OBS. Estudo já registrado.

ATENCIOSAMENTE,

YAHOSHAFAT BEN YAACOV.

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