PEQUENA BIOGRAFIA
Descendente de família israelita pela tribo de
Benjamin (Romanos 11: 1), Shaul (Paulo) nasceu em Tarso na Cilícia no início da
era cristã. Sendo discípulo do Rabino Gamaliel (Atos 22: 3), tornou-se exímio conhecedor
dos escritos da Torah, destacando-se entre o judaísmo farisaico como seguidor e
capacitado intérprete da Palavra do ETERNO. Por volta do ano trinta e seis (36)
passou a ocupar a posição de severo perseguidor dos adeptos da religião dos
netzarim (nazarenos), encerrando essa jornada quando, segundo se pode ver em
Atos capítulo 9, teve uma visão de uma voz que do alto lhe falou e de uma luz
que o deixou cego.
A partir desse acontecimento, seguiu para
Damasco onde foi batizado por Ananias, dando assim início à sua fé que
futuramente, por traduções várias, passou a ser reconhecida como símbolo do
cristianismo. Se ele seguiu a meta religiosa dos netzarim (nazarenos), adquiriu
essa forma denominativa, o que na lógica o não qualifica como cristão.
Poderia falar aqui muito mais desse apóstolo às
vezes tão criticado; elogiado; tomado por culto; ignorante; lúcido; louco; por
divergentes opiniões a seu respeito. Todavia, retornarei a seus escritos
epistolares buscando desvendar a objetividade contida em cada um de seus
pensamentos, alvo de conceitos descritivamente mal estruturados. Não devemos de
forma alguma esquecer seu alerta contido no cap. 1 vss. 26 27 de sua primeira
carta aos coríntios, pelo qual ele nos transmite uma verdadeira aula.
De acordo com a Tradução de João Ferreira de
Almeida Edição Revista e Corrigida de 1969, em 3: 2 de sua carta aos
filipenses, Shaul (Paulo) parece tachar a todos os da circuncisão de cães e
maus obreiros.
“Guardai-vos
dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão”.
Quando lemos na “Bíblia de Referência Thompson”,
vemos a verdadeira mensagem no exato momento em que Shaul adverte sobre
um concerto, fora da ordenação do Elohym de Yahshurun (Ysrael).
“Acautelai-vos
dos cães, acautelai-vos dos maus obreiros, acautelai-vos da falsa
circuncisão”.
Se conforme a Tradução de João Ferreira de Almeida
ele estivesse falando do concerto dado a Avraham (Abraão), em que posição
estaria esse juntamente com todos os profetas que não deixaram de se
circuncidar? Estariam na posição de cães? De maus obreiros? Jamais o apóstolo
teria tal atitude contra esses homens eleitos, sendo que se assim o fizesse
estaria calcando aos pés todo retrospecto profético, numa profanação contra o
fiel concerto instituído pelo Altíssimo Criador.
Não é bom fazer julgamento do que não se conhece!
Ele advertiu sobre outra espécie de circuncisão indiferente ao nome do Eterno YAHUAH;
aos mandamentos da sua lei; e ao sistema de corte não autorizado na circuncisão
da carne. Para melhor entendimento, no verso 3 do mesmo capítulo ele diz: “Porque a circuncisão somos nós,
que servimos a D’us em Espírito”.
Sendo ele da tribo de Benjamin, uma das doze tribos
de Yahshurun, é óbvio que quando disse: “A circuncisão somos nós”, se referiu
aos brotos e às raízes yahshurunim (israelita). Doutra forma, Avraham (Abraão) e todos os
fiéis neviim (profetas) não estariam enquadrados numa servidão kadosh (santa).
A textualização da Tradução de Almeida Edição 1969, sem dúvida é uma descrição
errônea, devido não está compatível com os requisitos dados pelo Eterno YAHUAH
no seu concerto estabelecido.
Sobre a bem-aventurança vinda pelo concerto dado a
Avraham (Abraão) e sua descendência, na sua carta aos romanos 4: 8, 9, 10,
Shaul faz um relato.
“Bem-aventurado
o homem a quem o ETERNO não imputa o pecado. Vem, pois, esta bem-aventurança
sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos
que a fé foi imputada como justiça a Abraão. Como lhe foi, pois, imputada?
Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na
incircuncisão”.
Pondo no
isolamento contextual essa pequena parte do diálogo apostólico, os adeptos do
anti-semitismo direto ou indireto julgam que a circuncisão nada tem a ver com a
fé, argumentando: “Abraão foi justificado quando ainda não havia sido
circuncidado”. Para confirmação de sua fé, o mesmo Avraham (Abraão) foi selado
com qual sinal? O que foi designado para que sua crença fosse justificada? Se
não sabem, a resposta está no verso 11 do mesmo capítulo acima mencionado onde
Shaul esclarece.
“E recebeu o sinal da circuncisão
selo da justiça da fé quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de
todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão, a fim de que a
justiça lhes seja também imputada”.
Mesmo
estando ainda incircunciso na carne, Avraham (Abraão) foi chamado pelo Eterno י ה ו ה YAHUAH, quando numa terra dominada pelo politeísmo
permaneceu num monoteísmo justo, firmando sua crença no único Elohym Eterno.
Essa sua firmeza lhe foi imputada como justiça, através do sinal da
circuncisão, sendo isso selado por quem o chamou num concerto de perpétua
amizade. Isso demonstra que fé, sem a circuncisão, pela justiça não é selada.
Para todos os goym (gentios) que andam na mesma fé desse patriarca a mesma
condição permanece, para que também sua fé possa ser reconhecida como justa. Se
Avraham (Abraão) se deixou circuncidar, como então, alguém se diz na fé dele a
isso rejeitando? Se uma mesma lei foi estabelecida para israelitas e
estrangeiros, como se pode ver em Shemot (Êxodo) 12: 48 49, então que o goy
(gentio) edifique sua fé no mesmo sinal recebido por essa gente, para que
também possa ser participante da promessa pela qual, abraçando esse concerto,
receberá de YAHUAH a mesma justificação.
Gálatas 5: 3 – “E de novo protesto a todo homem que se
deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei”.
Fora de contexto esse escrito parece contradizer
não só a lei, mas também a circuncisão, coisa que a Teologia tem feito uso na
sua trajetória incircuncisa.
Sabiamente se posicionando contra essas equivocadas
formas dedutivas, vemos o cap. 3 vs. 31 do escrito aos romanos quando aí,
demonstrando a exata e perfeita junção da fé para com a lei, o mesmo apóstolo
ensina: Anulamos
a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei”.
A partir desse exemplo, creio que as torções
desabam por terra diante do ensinamento dado aos gálatas, quando esses, pelo
apóstolo, são instruídos a se circuncidarem na obediência para com a lei. Fora
disto, a circuncisão não terá valor nenhum, porque sem essa indispensável
junção jamais poderá ser verdadeira. Se o apóstolo pela sua fé não anulou a
lei, fica claro que a circuncisão também não foi anulada. Ele sabiamente só
esclareceu a forma de procedimento do goy (gentio) circuncidado, não devendo
esse anular o que ele, pela fé, continuou estabelecendo. Vejam Atos 24: 14.
Ainda referente aos gálatas, a Tradução de Almeida no cap. 5 vs.2 descreve um
testemunho dado por Shaul.
Gálatas 5: 2 – “Eis que eu, Shaul, vos digo que,
se vos deixardes circuncidar, Mashyach de nada vos aproveitará”.
Seria essa a verdadeira mensagem deixada por esse
sábio apóstolo? Quando comparamos a mesma com atos 16: 1, 2, 3, encontramos
incoerência entre ambas devido no texto de gálatas ele parecer anular a
circuncisão, quando no outro ele circuncida Timóteo com suas próprias mãos.
Os gálatas eram circuncidados quando esse escrito
foi a eles dirigido? Tudo que diz respeito à História só pode ser esclarecido
por meio do rastreamento aos fatos, às épocas, numa observação conjunta sobre
os responsáveis de todas e quaisquer descrições expostas nas narrativas. Se
essas não provêm das bases originais, a tendência é se aliarem ao âmbito das
incertezas.
São muitas as irrelevâncias interpretativas
perante os escritos proféticos, onde a modificação de pensamento, da objetividade,
tem afastado o ser humano de seu equilibrado dever. Aplicadas com base, as
ocorrências conforme suas épocas têm poder de fogo para não deixar sem
destorcer o que se acha torcido.
Pensando nessa forma de justiça, estudiosos têm se
esforçado numa busca incansável para que a verdade fale mais forte, na viva
esperança de que nessa voz a mentira seja demolida. Quando isso verdadeiramente
acontecer, desde já tenho por certas três coisas: a razão cantará suavemente; a
lógica repousará na luz; e todo vaso eleito estará repleto do mais perfeito e
suave perfume.
Fica
complexo definir qual tribo céltica da Gália deu origem aos Gálatas, muito
embora não reste dúvida que não era assim que se autodenominavam na medida em
que etimologicamente a palavra vem de “galátai” bárbaro, era como os gregos os
chamavam e posteriormente os romanos também por imitação. Mesmo propriamente a
Galácia foi uma criação dos romanos que a transformaram em província do Império
Romano por volta do ano 25 a C,quando juntaram às terras antes ocupadas pelos
gálatas que correspondiam apenas ao equivalente a região centro-oeste da
província também as possessões de Frígia, Licaônia e Isáuria para compor todo
território provincial.
Cabe
observar que não foi de maneira mansa e pacífica que a Galácia foi criada, já
que a incorporação territorial foi criada a medida que os gálatas como aliados
dos romanos venciam tribos rebeldes ao Império Romano. Diga-se, de passagem,
que eram lutas travadas no melhor estilo da guerrilha, forjando escaramuças e
armadilhas para tropas romano-gálatas já que os seus inimigos eram povos
nômades da montanha e deserto.
Infelizmente,
o último rei gálata, Amintas, morreu numa dessas batalhas sem deixar herdeiros
presumíveis e em ato de última vontade, para que uma guerra civil não
estourasse na busca de um novo regente da Galácia, legou o seu reino aos
romanos que não tardaram em transformá-la em Província do Império Romano no
final do mesmo ano da morte do monarca (25 a C), quando por fim debelaram os
povos rebeldes na região.
Ao final
de reino céltico para província romana a Galácia serviu de cabeça de ponte para
o Império Romano firmar seu poderio militar na localidade, e posteriormente
expandir as possessões romanas até lá. Neste meio tempo os gálatas impediram
que invasões de “hordas bárbaras” vindas da Ásia, gerassem maiores problemas
para Roma.
(www.templodoconhecimento.com)
Na trajetória histórica, a nação gálata era forçada
a colaborar com o poder militar, político, social de Roma, não deixando também
de ter participação no religioso paganismo romano. Torcendo a objetividade
doutrinária de Shaul para com essa dependiosa gente, idéias hipotéticas querem
mostrar a existência de divergências entre o mesmo e o judaísmo. Se utilizando
da circuncisão, da lei, teoricamente afirmam que essas coisas como pontos de
obediência, não mais tinham valor no caminho deste povo que dependia de Roma.
Afirmam que a sua fé não mais dependia da Torah
(Lei), “cujos ensinamentos, dizem, findaram-se com a vinda do Mashyach”. Isso
entra em confronto com textos contidos na carta dirigida aos romanos, que
mostram testemunhos engrandecendo os decretos do Elohym Olam de Yahshurun.
Romanos cap. 3 vs. 31 –
“Anulamos a lei pela fé? De maneira nenhuma; antes estabelecemos a lei”.
É de se estranhar Shaul instruindo aos gálatas o
não cumprimento para com a lei do Eterno YAHUAH, quando demonstra ensinar aos
romanos que a lei não deve ser anulada diante da verdadeira fé. Estaria ele a
pregar duas formas de evangelho? Digo que não, pois dessa forma estaria criando
obstáculos entre romanos e gálatas. Na verdade, seus ensinamentos se revelam
contrários a um romanismo profano, inimigo de um profetismo justo.
Vendo a desprezível conduta desse sistema
romanista, no cap. 7 vs. 12 de sua carta aos romanos ele adverte: “E assim a lei é santa, e o
mandamento santo, justo, e bom”.
Iria
Shaul abolir a santificação da qual estava dando bom testemunho? Iria ele por
no descaso aquilo que interiormente tinha por justo e puro? O pavio que fumega
não deve de forma nenhuma ser apagado. Diante de todas essas justificativas
bíblicas, espero que cada intérprete da palavra se examine antes de fazer
qualquer juízo em termos de conceituável propagação, pois cada um responderá
por tudo aquilo que tenha ensinado.
Romanos cap. 2 vs. 13 – “Porque os que ouvem a lei não são justos diante
de D’us; mas os que praticam a lei hão de ser justificados”.
Parecendo contradizer essa textualização aparece o
vs. 11 do cap. 3 do livro de gálatas: “E é evidente que pela lei ninguém será justificado
diante de D'us, porque o justo viverá da fé”. Se para os romanos o guardar a lei é sinônimo de
justificação e para os gálatas ela não justifica, onde Shaul falhou? Estaria
ele, diante dos gálatas, a se desviar da verdade para prosperar na sua missão?
Que tal dedução, em tempo algum, venha se proliferar nos estigmas da coerência.
Para que o tropeço não venha está diante da eleita
remanescência, eis aqui a compatível explicação: vendo Yshayahu (Isaías) 45:
25; romanos 8: 33; se pode ver que a justificação provém unicamente do Eterno YAHUAH,
sendo isso exemplificado em Avraham (Abraão) quando a recebeu. Foi ele
justificado estando em obediência ou desobediência para com a lei? Em Bereshit
(Gênesis) 26: 5 se tem a resposta.
“Porquanto Abraão obedeceu a minha voz, e guardou o meu mandado, os meus
preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis”.
Nesse contexto Shaul demonstrou aos gálatas uma
direta justificação vinda da misericórdia do Eterno YAHUAH, sem anulação da
lei, a qual não foi feita para justificar e sim para corrigir. Isso resume o
ensinamento dele direcionado aos romanos, ficando a frutuosa lição de que o ser
humano é justificado pelo Altíssimo não por simplesmente ouvir a lei, mas por
praticá-la. Voltando a 5: 3 do livro de gálatas, na veracidade do pano de fundo
sobre o assunto vemos essa nação incircuncisa advertida pela seguinte forma:
“Se vos deixar de circuncidar, Mashyach de nada vos aproveitará”.
Sendo que a descendência de Yaakov (Jacó) sempre
esteve no concerto da circuncisão, como poderia o estrangeiro ter algum
proveito diante daquele que veio pela nação circuncisa, como mostra Matyahu
(Mateus) 15: 24? Isso quer dizer que se o goy (gentio), na sua fé, não se
deixar passar por isso, proveito nenhum terá diante do Príncipe da paz que se
fez ministro da circuncisão. Romanos 15: 8.
Sustentado nos pontos intrínsecos dessas
evidências, posso afirmar: Na sua originalidade, o escrito provindo de Shaul
não contradiz a circuncisão da carne. Achar ser isso possível é como permanecer
toscamente no dito por não dito de todas as ocorrências históricas, por onde,
filosoficamente, o sim tem sido tomado pelo não e o não pelo sim numa
extrapolação visível.
Na veracidade da ocorrência, a frase dele foi: “Se
vos deixar de circuncidar”. E fora
do contexto, mensagem alterada, é: “Se vos deixardes
circuncidar”. Não devemos deixar de observar que a preposição “de”, na frase contextual, está separada
do verbo “deixar”. Já fora da
contextualização, como se ver, essa mesma preposição está unida. Com o
acréscimo da letra “s”, o perfeito
sentido foi alterado criando catastrófico desvio no rumo da História, pelo qual
povos de muitas nações têm se tornados incircuncisos.
Assim como Shaul advertiu aos gálatas, aos
contradizentes do kadosh (santo) concerto advirto: Se vos deixar de circuncidar, o Mashyach em nada vos há de aproveitar,
porque o caminho dado para Yahshurun não é o das nações. Yrmeyahu (Jeremias)
10: 2.
Retornando aos pontos difíceis dos fiéis escritos
desse apóstolo aprovado por uns, censurado por outros, no cap. 7 vs. 19 de sua
primeira carta aos coríntios ele traz mais uma polêmica perante a visão dos
indoutos.
“A circuncisão é
nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de D’us”.
Teria Shaul nesse ensinamento, contestado a
trajetória circuncisa? Os condutores das incompatibilidades sempre testificam
que sim. A esses, me dirijo numa justa interrogativa: a circuncisão é
mandamento proveniente da boca de YAHUAH ou dos homens? Para não haver torção na
resposta, advirto a observarem com atenção Bereshit (Gênesis) 17: 9 - 14; Shemot
(Êxodo). 48: 49; Yacheskel (Ezequiel) 44: 9; numa observação amparada na
prudência.
Adentrando-me na correta objetividade do pensamento
de Shaul, também digo: Ingerir sangue não é nada, não ingerir nada é; o que
importa é obedecer à palavra do ETERNO. Eis aqui mais uma questão: Essa mesma
palavra autoriza ou proíbe a prática de tal ato? Bereshit (Gênesis 9: 4; Vayikrá
(Levítico) 17: 10 - 14; Devarim (Deuteronômio) 12: 16 – 25 têm a resposta.
Para defesa da mensagem do apóstolo, ainda digo: O
corte da circuncisão é nada, o não cortar nada é; o que importa é obedecer ao
decreto do Eterno YAHUAH. Se a palavra dele não autorizou tal concerto, então
seja esse anulado. Se tal autorização provém dela, anulado seja o ponto de
vista das torções.
Outro mal entendido acha-se no capítulo 15 do livro
de atos, acerca de um grande debate sobre o circuncidar ou não aqueles que
dentre os goym (gentios) abraçavam a fé. Teorias infundadas têm buscado expor
uma suposta desavença entre os apóstolos no âmbito dessa questão, forçando a
procedência de um debate entre Shaul e os outros, quando a perspectiva
contextual nos conduz a uma realidade diferente desse tipo de suposição. Se o
texto de atos estivesse em equivalência com uma decisão contrária à
circuncisão, os responsáveis por isso estariam em desarmonia com as origens patriarcais
e proféticas.
Atos cap. 15 vs. 1 – “Então alguns que tinham descido
da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes conforme o uso
de Moisés, não podeis salvar-vos”.
O primeiro grande equívoco perante essa
textualização nasce no momento em que a circuncisão é tomada como exclusividade
de uma suposta lei mosaica, fato incorreto. Ela não teve seu início a partir de
Mosheh (Moisés) e sim de Avraham (Abraão), por um decreto do próprio Elohym
(D’us), mostrado em Bereshit (Gênesis) cap. 17 vss. 9 a 14. Nisto se pode
confirmar a revelação de um concerto muito antes da lei ser revelada
diretamente aos filhos de Yahshurun, afastando assim qualquer possibilidade do
profeta do Sinai ter sido o primeiro a recebê-la.
Todo e qualquer texto dentro dos livros
evangélicos, a classificar Mosheh (Moisés) como patrono da circuncisão não pode
ser fidedigno, por não está em harmonia com a originalidade da contextualização
profeticamente histórica. Outro detalhe que tem passado despercebido perante a
visão de muitos estudiosos, se encontra naqueles que, descendo da Judéia, se
posicionavam pela circuncisão. Quem seriam esses? Gálatas 2: 11 12, mostra que
eram discípulos de Tiago.
“E, chegando Pedro à Antioquia
lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem
chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram se
foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão”.
Isso deixa transparecer a forma de conduta do
apóstolo Tiago, se posicionando como seguidor fiel do concerto feito pelo
Elohym de Yahshurun para com Avraham (Abraão) e sua semente. Se os da sua
parte não fossem defensores da circuncisão, Kefah (Pedro) não poderia ter tido
receio por está na mesa com incircuncisos. Nesse momento é que Shaul enxergando
duas condutas incompatíveis na forma de agir do seu amado irmão na fé,
duramente o repreende, o fazendo ver que esse tipo de atitude poderia ludibriar
os homens, mas não a YAHUAH.
Atos cap. 15 vs. 2 – “Tendo tido Paulo e Barnabé não
pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e
alguns dentre eles, subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre
aquela questão”.
Uma grande discussão, como demonstra o texto acima,
havia se formado em torno de uma questão provocada pela forma de pregação
apresentada pelos da parte de Tiago, com Shaul e Barnabé. A origem de tal
contenda não estava na circuncisão, sim na forma brusca como a mesma estava
sendo mostrada.
Imagine você chegar para um contrário a esse
concerto, dizendo: “se você não se deixar circuncidar, não entrará no santuário
do Eterno YAHUAH”. Isso, nos dias de hoje, causaria um impacto ainda maior do que
o causado nos dias dos primeiros discípulos em Antioquia.
O que não entra no santuário, com certeza também
não entra no reino vindouro! Ora, se a pessoa não tem posse dessa entrada,
poderá está na salvação? Poderá entrar na vida eterna? Não há como haver essa
possibilidade. Com essa realista noção no pensamento, foi que os da parte de
Tiago buscaram avidamente advertir aos incircuncisos de Antioquia, porém de uma
maneira brusca como se só a circuncisão fosse uma exigência para se obter a
salvação, não apenas um ponto dentre tantos outros.
Aquele que determinou a proibição de comer ou beber
qualquer espécie de sangue, não é o mesmo que ordenou a circuncisão? Se um é
banido do meio do seu povo por se alimentar com a vida da carne, com o outro
não será diferente. Pensando por essa forma é que Shaul buscou corrigir aos
irmãos que enxergavam a circuncisão desmembrada dos outros decretos, os fazendo
ver que a mesma devia ser anunciada em junção com os mandamentos da lei. Nessa
visão, ensinou que a circuncisão sem a lei não é nada.
Tendo Shaul e Barnabé subido a Yahushalaim
(Jerusalém) para tal questão ser resolvida por todos os apóstolos e anciãos,
ali houve uma grande contenda em torno do assunto em julgamento. Após o
pronunciamento de Shimon Kefah (Simão Pedro), Tiago fez uso da palavra numa
mensagem voltada para os goym (gentios), a qual se encontra nos versículos 19
20 do mesmo capítulo de atos.
“Pelo que julgo que não se deve
perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Elohym. Mas
escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição,
do que é sufocado e do sangue”.
A palestra de Tiago se acha dentro de uma
perspectiva totalmente favorável à circuncisão e a todos os decretos da lei,
quando adverte sobre a prostituição. Essa palavra, por ter sentido duplo tanto
pode diretamente representar a contaminação por sexo ilícito, como também pode
representar as extrapolações provocadas pelas falsas e deturpadas
religiosidades. Dentro dessa visão é que o apóstolo Tiago, na objetividade de
mostrar a justa conversão diante dos goym (gentios) se posiciona em defesa da circuncisão
e da lei, repudiadas pela prostituição vaticanista.
De maneira sábia mostrou aos irmãos o que
justamente deveria ser anunciado dentre os pagãos, explicando que de maneira
nenhuma deveriam ser instruídos fora da fé dos fiéis profetas. A própria
conduta de seus discípulos enviados diante dos antioquinos, ao defender
avidamente a circuncisão, lhe classifica como seguidor, conservador, praticante
desse concerto dado por YHUH para nosso pai Avraham (Abraão) e toda sua
descendência.
Romanos cap. 2 vs. 25 – “Porque a circuncisão é, na
verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei,
a tua circuncisão se torna em incircuncisão”.
Falar sobre esse texto é o mesmo que participar de
um esclarecimento aberto, direto, no qual a justa circuncisão é aplaudida
enquanto a falsa é criticada, abolida. Sendo que a lei não é anulada pela fé de
Shaul (Paulo), como já nos mostrou romanos cap. 3 vs. 31, o ensinamento aqui
tende a mostrar dois tipos de circuncisão: a do coração, que se firma na
obediência para com os mandamentos do ETERNO; e a da carne, a qual foi
instituída como confirmação da anterior.
Se o homem vive a praticar as coisas proibidas pela
lei, o corte feito no seu prepúcio não será tomado como não fidedigno no
concerto feito com Avraham (Abraão)? Pela desobediência sua circuncisão se
tornou incircuncisão, o levando de volta à condição gentílica de onde tinha
sido libertado. O mesmo Elohym (D’us) que ordenou esse selo da fé, também
ordenou o não ingerir sangue; não comer os alimentos por ele proibidos; não
quebrantar o seu shabat (sábado).
Romanos cap. 2 vss. 26 a 29 – “Se, pois, a incircuncisão guardar os
preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como
circuncisão? E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te
julgará porventura a ti, que pela circuncisão és transgressor da lei? Porque
não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente
na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração,
no espírito, não na letra; cujo louvor não provém de homens, mas de D’us”.
Os deslizes por parte de muitos intérpretes dos escritos bíblicos acontecem,
por suas deduções se firmarem só na letra, quando deveriam analiticamente está
na objetividade interior expressa pelo Ruach Kadosh (Espírito Santo). Aqui
Shaul advertiu aos que dentre a nação yahshurunim (israelita) desobedeciam à lei, os quais,
achando que por estarem já com o prepúcio cortado, haviam se estabelecido
fielmente no concerto. Admoestando-lhes sobre esse deslize, os fez ver que a
incircuncisão, se estiver em obediência com os decretos de YAHUAH, se achará no
direito de julgar a circuncisão daquele que andar em desobediência.
Por outro
lado, se o incircunciso, praticante dos estatutos da lei, não for assinalado
com o mesmo sinal pelo qual a fé de Avraham (Abraão) foi selada, sua obediência
estará totalmente fora do concerto dado a esse patriarca. Qual a razão para
isto? Há uma ligação sobre ambas as coisas, de forma que uma depende do outra:
“o circunciso está no dever de guardar a lei; a lei não é anulada pela fé; os
que praticam a lei hão de ser justificados por YAHUAH. Esse foi o correto
pensamento de Shaul segundo a mensagem por ele pregada.
Nisso se
conclui: O verdadeiro yahudih (judeu) não é o circunciso desobediente, ou
também o incircunciso em obediência. Volto a dizer: A circuncisão do coração,
vista corretamente, de forma alguma busca extinguir o sinal da carnal, pois o
não cumprimento de uma se torna também o não cumprimento da outra. Nesse termo
fica determinado que a junção entre as duas, ainda permanece em vigor. Pode
alguém ser contrário a essa viva realidade? A árvore pode ter vida sem a raiz?
Que a originalidade não seja posta no descaso.
Aquele que nessa fé é chamado, estando circuncidado
fique circuncidado. Porém se não estiver nessa fé, não se circuncide; porque a
sua circuncisão de nada valerá. Ou se fala pelo Ruach Kadosh ou pela letra: A
primeira opção edifica; a segunda, a carnal, mata. Aí se destacam duas
inteligências: a construtiva e a destrutiva.
Essa vocação sabiamente citada por Shaul se resume
em obedecer unicamente à Palavra do Elohym (D’us) de Yahshurun, pela qual veio
também o chamado a todos os profetas que fielmente nela permaneceram.
Dois importantes detalhes: a lei escrita pelo dedo do Eterno YAHUAH pela
segunda vez; a circuncisão segunda vez também ordenada. Devarim (Deuteronômio)
10: 1 - 4; Yahoshua (Josué) 5: 2 - 8.
Gálatas cap. 5 vs. 11 – “Eu, porém, irmãos, se ainda
prego a circuncisão, por que sou, pois, perseguido? Logo o escândalo da cruz
está aniquilado”.
Nesse seu desabafo Shaul dá testemunho da presença
da circuncisão em suas pregações, interrogando aos da sua origem biológica, o
motivo de está sendo ele perseguido se a mesma era por ele pregada? Aqui a
visão de que esse apóstolo jamais buscou anular o concerto divino. Será que ele
pregando a circuncisão, iria combater contra ela? Só se estivesse fora de suas
faculdades mentais, o que para mim não é admissível. Tendo esse apóstolo
permanecido preso em Roma por um período longo, não se pode, por dedução
nenhuma, querer afastar a hipótese de alterações em vários de seus escritos,
por interferência romana.
Na falta de visão sobre as equivalências textuais
dos escritos de Shaul (Paulo), as torções têm se proliferado, aliciando para si
um grande número de desvios. Se a palavra circuncisão,
nessa forma de falar do apóstolo estivesse na equivalência de um povo, a crase estaria na letra (à) numa indicação de que ele obviamente
estava se referindo a uma nação circuncisa: “Se ainda prego à circuncisão, por que sou, pois,
perseguido”? A crase não se encontrando na letra (a) direciona sua frase a um decreto, não a uma nação: “Eu, porém,
se ainda prego a circuncisão, por
que sou, pois, perseguido”? A falta de prudência na pontuação pode causar grave
descontrole no texto, pela visão de quem o interpreta.
Dizer que a circuncisão não era mais necessária por
ter sido abolida pelo sacrifício na cruz, de maneira nenhuma foi ensinamento de
Shaul. No tempo em que esse apóstolo esteve aqui na terra tal referência era
motivo de escândalo perante a nação yahshurunim (israelita), o que provavelmente por alguns
era propagado como acontece ainda nesses nossos dias.
Contrário a esse tipo de conceito não
fidedigno, Shaul declara tal escândalo abolido por sua pregação, provavelmente
nessas palavras: “Se prego a circuncisão, logo o escândalo da cruz está aniquilado”.
Como por essa pregação esse escândalo estava sendo desfeito por ele? O pano de
fundo dessas palavras evidencia que alguns estavam a pregar que a circuncisão
carnal, pela cruz, havia sido abolida. Isso escandalizava a nação judaica, com
destaque a classe sacerdotal.
Por ser acusado como principal culpado dessa
mentira, o apóstolo, desabafando, abertamente declara que por pregar em defesa
da circuncisão essa contradição estava sendo desfeita. Nisso, demonstrava não
haver justiça por parte de seus perseguidores em acusá-lo responsável por tal
propagação, sendo que tal doutrina contrária não veio dele. Assim ele buscou
mostrar que seus ensinamentos jamais estiveram em oposição a esse concerto,
como muitos erradamente deduzem.
Diante do que aqui mostrei, declaro que Shaul
jamais se tornou inimigo da lei, dos profetas e da circuncisão, o que o isenta
das deduções torcidas que o tem na qualidade de contradizente da Torah.
Obs.
Todos os grifos contidos nesse estudo são de autoria do seu autor.
Esse estudo,
por força de lei, está registrado.
HONRA,
PODER E GLÓRIA SEJAM PARA י ה ו ה QUE CHAMO DE YAHUAH. AMEN.
E- MAIL PARA COMUNICAÇÃO: yoshiahugil@hotmail.com
BLOG: brotodeyahshurum.blogspot.com
FIQUEM NA SHALOM.
ATENCIOSAMENTE,
YAHOSHAFAT BEN YAAKOV.
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