PEQUENA
BIOGRAFIA
Descendente de família israelita pela tribo de
Benjamin (Romanos 11: 1), Shaul (Paulo) nasceu em Tarso na Cilícia no início da
era cristã. Sendo discípulo do Rabino Gamaliel (Atos 22: 3), tornou-se exímio
conhecedor dos escritos da Torah, destacando-se entre o judaísmo farisaico como
seguidor e capacitado intérprete da Palavra do ETERNO. Por volta do ano trinta
e seis (36) passou a ocupar a posição de severo perseguidor dos adeptos da
religião dos netzarim (nazarenos), encerrando essa jornada quando, segundo se
pode ver em Atos capítulo 9, teve uma visão de uma voz que do alto lhe falou e
de uma luz que o deixou cego.
A partir desse acontecimento, seguiu para
Damasco onde foi batizado por Ananias, dando assim início à sua fé que
futuramente, por traduções várias, passou a ser reconhecida como símbolo do
cristianismo. Se ele seguiu a meta religiosa dos netzarim (nazarenos), adquiriu
essa forma denominativa, o que na lógica o não qualifica como cristão.
Poderia falar aqui muito mais desse apóstolo às
vezes tão criticado; elogiado; tomado por culto; ignorante; lúcido; louco; por
divergentes opiniões a seu respeito. Todavia, retornarei a seus escritos
epistolares buscando desvendar a objetividade contida em cada um de seus
pensamentos, alvo de conceitos descritivamente mal estruturados. Não devemos de
forma alguma esquecer seu alerta contido no cap. 1 vss. 26 27 de sua primeira
carta aos coríntios, pelo qual ele nos transmite uma verdadeira aula.
Romanos cap.
6 vs. 14 – “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais
debaixo da lei, mas debaixo da graça”.
O que significa está debaixo da lei? No julgamento
dos transgressores isso quer dizer está a guardá-la, quando aí não se encontra
a correta interpretação contida na objetividade do apóstolo. Andar nessa
condição é viver contrário aos fiéis decretos de י ה ו ה YAHUAH, tendo
em vista que a lei não é para quem os pratica e sim para quem os transgride.
Quando alguém comete adultério, mata, rouba;
quem comete tais delitos fica posicionado acima ou abaixo da justiça?
Respondendo por seu crime, estará submisso a ela pela qual será julgado, ou até
mesmo condenado. Ficar acima da lei, significa andar em obediência para com
todos os mandamentos dados por י ה ו ה YAHUAH, destinados a nos afastar das transgressões.
Como poderá o ser humano se dizer agraciado,
se não estiver de acordo com os preceitos da lei? A pessoa é tocada pela graça,
quando recebe o entendimento para conhecer o verdadeiro nome do Eterno; para
ter obediência aos mandamentos da fé; e ter a sábia visão para que possa ter em
si o concerto estabelecido. Sem essas qualificações, quem se disser está na
graça não estará falando a verdade. “À lei e ao Testemunho! Se eles não falarem segundo
esta palavra, nunca verão a alva”. Yshayahu (Isaías) 8: 20. Ora, quem não ver a
alva, não ver a luz; quem não ver a luz, não ver a salvação; e não vendo a
salvação, não verá também a vida eterna.
Romanos
cap. 3 vs. 28 – “Concluímos, pois, que o homem é justificado
pela fé sem as obras da lei”.
Parecendo não concordar com essa mensagem de Shaul
aos romanos, vemos o cap. 2 vss. 24 26 da carta de Tiago: “Vedes
então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé. Porque,
assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é
morta”. Em quem
devemos confiar? Qual dentre os dois apóstolos pregou a verdade? Antes de
qualquer resposta, é preciso entender o raciocínio de Shaul referente ao
significado de obras da lei.
Ainda na mesma carta aos romanos no cap. 7 vs. 5,
ele esclarece: “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos
pecados, que são pela lei, obravam em nossos membros para darem fruto para a
morte”. Aqui
começa o desvendar da interpretação numa frase: “As paixões dos pecados que são pela lei”. Nessa colocação frasal,
se pode ver o correto raciocínio do apóstolo.
Vendo obras
da lei como violação aos mandamentos, No cap. 7 vs. 7 do mesmo escrito aos
romanos ele faz outro esclarecimento: “Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum!
Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a
concupiscência se a lei não dissesse: Não cobiçarás”. O
raciocínio do apóstolo é claro: A lei não é pecado; mas esse, quando cometido,
torna-se uma obra dela por contradizer a obra da fé: “Não cobiçarás”. Em
gálatas cap. 3 vs. 10, com maior aprofundamento ele explica de forma mais
clara.
“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei
estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não
permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para
fazê-las”.
Está debaixo da maldição é guardar os mandamentos
dados por י ה ו ה YAHUAH? Que tal forma de pensar nunca se
aproxime dos que pela obediência buscam lhe servir. Não estando de pleno acordo
com os decretos altamente ordenados, obviamente a pessoa estará debaixo das
obras da lei causadas pelas transgressões. Essas obras, nada têm a ver com as
obras mencionadas por Tiago no cap. 2 vss. 24 26 de sua carta.
Quando ele diz que a fé sem obras é morta, fala das
obras resumidas na obediência dos decretos ordenados pelo Altíssimo. Ninguém
condene Shaul por definir os pecados como obras da lei; nem a Tiago por definir
que sem o cumprimento das obras a fé é morta, porque ambos estão corretos em
suas formas de ensinar. Obras da lei:
pecados por transgressões. Nessas, justificação não há. Obras da fé: Zelo pelos mandamentos. Nessas, o ser humano é
justificado por aquele que as criou.
Romanos
cap. 7 vs. 22 – “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer
na lei de Deus”.
Eis aqui a resposta de Shaul para todos os que o
acusam de ter tachado a lei de lixo, que extrapolam dedutivamente o texto contido
em filipenses 3: 7 8. O que ele considerou como perda por não mais ter nenhuma
serventia para ele? Vejamos o versículo seis: “Segundo o zelo, perseguidor da
igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. Eis o
pano de fundo da verdade: Ele que se achava irrepreensível em sua conduta para
com a lei, foi cúmplice na morte de Estevão e perseguidor dos pobres, violando
dois mandamentos: “Não matarás; e ama ao teu próximo como a ti mesmo”.
Nesse seu quebrantamento, Shaul viu seu
entendimento fracassar. Assim, diante da sabedoria que lhe veio por meio do
Ruach Kadosh (Espírito Santo), considerou como lixo a sabedoria carnal que
adquirida através da letra; e o poder de perseguir que recebera de um pequeno
número de invejosos que se deixavam guiar pela rigidez e não pelo amor da lei.
Você que está tendo a humildade de acompanhar esse estudo, julgue: Poderá você
considerar por lixo uma coisa, pela qual, interiormente tenha grande prazer?
Tem gente adoçando com sal e salgando com açúcar.
Versículo
6 – “Mas
agora estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos
retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”.
Na convicção de Shaul a liberdade perante a lei
seria por anulação da mesma? Esse jamais poderia ser o seu pensamento, como se
pode ver através de outros textos deixados por seus ensinamentos apostólicos.
No seu primeiro escrito destinado a Timóteo cap. 1 vs. 8, ele deixa claro a
situação da lei repudiando todo e qualquer conceito contra ela: “Sabemos,
porém que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente”. E ainda
na mesma textualização: “Sabendo isto que a lei não é feita para o justo,
mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos
e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os
fornicários, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os
mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina”.
Poderá existir sã doutrina onde a justiça não se
fizer presente? Ou, poderá existir alguma justiça se não houver cumprimento da
sã doutrina? Creio ser isso impossível, ilógico, não aceitável na
compatibilização estruturada de uma contextualização fidedigna, onde as duas
andam de mãos dadas.
Não trazendo seus perfeitos ensinamentos ao coração
com deve ser feito, muitos estiveram e outros ainda estão na observação única
da letra. Com a promessa da vinda do Ruach (Espírito) sobre toda a carne da
descendência de Ysrael, como mostra Yoel (Joel) no cap. 2 vss. 28 29 do seu
livro, a lei aos poucos está saindo da escrita exterior para uma interior nas
mentes dos eleitos, agora servindo a י ה ו ה YAHUAH na novidade instrutiva do Ruach
Kadosh (Espírito Santo), não na velha confiança de um aprendizado carnal.
Mesmo sabendo não ser merecedor de tão grande
misericórdia, tenho viva confiança de que serei salvo por essa eterna graça, a
qual me tem concedido permanecer firme na obediência para com os divinos
decretos que me matou para o mundo, para que pudesse viver através de Yahshuah
ha Mashyach (o Messias). Agora nesse meu novo estilo de vida, por ele canto
verdadeiros louvores ao nome do Eterno não mais pelo aprendizado da letra, que
estava em mim, mas pela presença do seu Ruach Kadosh que me tocou. Agora posso
entender que a lei é para quem mata; furta; adultera; viola o shabat (sábado);
e quebranta qualquer mandamento decretado pela boca de י ה ו ה YAHUAH.
Versículo
7 – “Que
diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum; mas eu não conheci o pecado
senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não
dissesse: Não cobiçarás”.
Abrindo espaço para uma justa visão sobre a sua
objetividade posta nesse versículo, Shaul busca mostrar a lei na sua utilidade
esclarecendo que de modo nenhum ela deve ser vista como pecado, sim como fiel
instrução para que por ela possa esse ser revelado. Guiado por tal raciocínio
ele mostra sua frágil condição de não poder conhecer a concupiscência, se a
lei, por seu mandamento, não lhe dissesse: “Não cobiçarás”.
Da mesma forma, os que buscam honrar a י ה ו ה YAHUAH poderiam
furtar; adulterar; matar; se pela lei também não fossem advertidos: “Não
furtarás; não adulterarás; não matarás”. Não tendo discernimento disto pelo
lado espiritual, muitos têm tropeçado na visão quando deduz a lei como ponto de
escravidão, julgando a mesma não mais necessária para obediência da Palavra.
Tudo isto acontece, por repúdio ao semitismo que
recebeu do Eterno י ה ו ה YAHUAH os ensinamentos da Torah (Lei),
os quais permanecem em vigor para sempre. Ensinando que não se deve cometer
adultério; adorar imagens; não estariam os contradizentes por essa forma agindo
a favor da lei? Prevendo uma ruptura que haveria de vir, no cap. 2 vss. 10 11
de sua carta, o fiel apóstolo Tiago adverte sobre o que acontece a quem age por
essa forma.
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar
em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não
cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres
adultério, mas matares estás feito transgressor da lei”.
Aquele que diz praticar nove mandamentos, na
violação do shabat (sábado) não é a lei transgredida também por ele? Obviamente
sim, porque o mesmo que determinou esses, também disse: “Lembra-te
do dia do shabat (sábado) para o santificar”. Quebrantando, então, o kadosh
(santo) dia do repouso, o que assim pratica indubitavelmente trona-se
transgressor daqueles que julga seguir.
Versículo
9 – “E eu,
nalgum tempo, vivia sem lei; mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado e eu
morri”.
Em qual tempo Shaul viveu sem a lei? Se levarmos em
conta o segundo maior mandamento: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”, não
é difícil imaginar o tempo em que ele dela permaneceu afastado. Tendo recebido
carta branca para perseguir, prender, até mesmo matar todos que tinham se
aderido ao Mashyach, ele que na confiança de seu aprendizado julgava está em
defesa da lei, na prática estava em violação para com a mesma. Isso, porque se
deixava guiar por uma sabedoria firmada no seu aprendizado carnal.
Sendo cúmplice na morte de Estevão, ele rompeu com
o mandamento que diz: “Não matarás”, deixando aí as obras da fé para se tornar
submisso às obras da lei. Tocado pelo Ruach Kadosh do Eterno י ה ו ה YAHUAH que lhe
concedeu novo entendimento, recebeu a escrita no seu coração passando a partir
daí a obter o verdadeiro zelo pelas obras da fé, resumidas nos fiéis decretos
da eterna lei do Criador do Universo.
Com esse renovado discernimento, ele que se julgava
defensor da lei logo se viu morto pelo pecado, no exato momento em que o justo
mandamento “Não matarás” se revelou no seu interior, lhe fazendo ver a sua
dupla característica de seguidor e quebrantador da lei. Como mostra o versículo
24, temendo pela sua situação ele clamou interrogando: “Miserável
homem que eu sou! Quem me livrará do corpo dessa morte”? Já na
inspiração do Ruach Kadosh ele reconhece que só pelo Mashiach sua dívida seria
paga, para uma libertação lhe ser concedida. Nesse reconhecimento, como diz o
versículo 25, ele dá graças a י ה ו ה YAHUAH por ter recebido a graça
salvadora por intermédio do seu intercessor, que o libertou da lei do pecado o
agraciando com novo entendimento, que passou a lhe revelar o amor e não a
dureza da lei.
Como testemunho da sua fidelidade guiada por
seu novo conhecimento, em atos cap. 24 vs.14 repreendendo aos que sem
entendimento lhe acusavam, desabafou perante o Governador Félix: “Mas
confesso-te isto: Que conforme aquele caminho que chamam seita assim sirvo ao
Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas”.
Se esse apóstolo na sua missão acreditava em tudo
quanto estava escrito na lei, iria isolar o shabat (sábado) dado pelo próprio
Altíssimo? E se acreditava em todos os escritos dos profetas, combateria a
circuncisão? Se assim o fizesse estaria em contradição consigo mesmo, por onde
seu testemunho não poderia ser aceito como fidedigno. Parabenizo a Shaul pela
sabedoria que do alto lhe veio, compreendida por poucos e extrapolada por
muitos. Na sua nova jornada de homem espiritual ele declara ter prazer na
lei, mostrando com isso a fidelidade para com a mesma que jamais veio a ser
abolida por sua conduta missionária. Sejamos coerentes: Pode alguém
interiormente ter prazer numa coisa por si anulada? Só nos prazerosos das
torções isso pode ser possível.
Contradizendo aos que lhe colocam como opositor da
lei, mostrou que essa está no seu interior, alojada no seu coração, na sua
mente, tendo por ela prazer conforme as obras da fé, resumidas na obediência.
Esse é o Shaul convertido pela misericórdia de י ה ו ה YAHUAH, que lhe
fez compreender a essência da verdade. Para que não haja mais julgamento
precipitado contra esse apóstolo descendente de Benjamin, além do que aqui já
foi mencionado a seguir mostrarei outros de seus ensinamentos
Versículo
3 –
“Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne,
Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou
o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o espírito”.
Tendo fracassado diante de muitos dos mandamentos
da fé, a carne tornou a lei enferma pelas rupturas nela provocadas, não podendo
de forma alguma trazer por si mesma a justificação redentora. Todos, na sua
maneira de pecar, contribuíram com a sua enfermidade através das transgressões.
Sem poder de si mesma corrigir seus transgressores, cada ruptura nela se erguia
como ponto de acusação sobre os que lhe feriram, os levando a uma “condenação”.
Tendo prometido a Avraham, a Yitzhak e a Yaakov (a
Abraão, a Isaque e a Jacó) a herança da terra prometida aos descendentes
destes, י ה ו ה YAHUAH precisava da conversão de Yahshurun
para que sua promessa fosse cumprida. Então, para que os pecados do seu povo
fossem perdoados, enviou seu Filho Yahshuah ha Mashyach para que a justiça
fosse cumprida por ele, libertando assim o seu povo do jugo da escravidão.
Tendo cumprido justamente toda a lei, logo ele
matou o pecado que estava alojado na carne de seus irmãos, o condenando, para
que eles ao mesmo não retornassem. Como deter esse terrível retorno? Através
das obras da fé, fiéis mandamentos, para que as obras da lei não mais pudessem
se manifestar.
Por isso ele deu testemunho “Eu não
vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir”. E quanto
ao nosso dever de observá-la, ele ensinou: “Nem um só jota ou til se omitirá da lei, sem que
tudo seja cumprido”. E de que a vida eterna depende da obediência para
com a lei, disse ao jovem que o interrogara: “Se queres entrar na vida, guarda
os mandamentos”. Matyahu (Mateus) 5: 17 18; 19: 17.
Os que andam segundo a carne não se deixam sujeitar
pela kadosh (santa) lei, pois neles diariamente operam desonra, homicídio,
adultério, idolatria, falso testemunho, furto, ódio, cujos delitos não lhes
permitem entrar na obediência das obras da fé. Já nos que valorizam a graça
pela qual nossas transgressões foram apagadas, a justiça da lei deve vigorar,
só sendo isto possível pelos mandamentos da fé.
Embora não havendo merecimento algum de nossa
parte, a graça nos veio como perdão para nos libertar das obras da lei, ou
seja, da presença dos pecados induzidos por nossas transgressões, quando por
essas andamos todos apartados da vontade do Altíssimo. Essa liberdade nos matou
para o mundo, nos reconciliando interiormente com י ה ו ה YAHUAH no amor
do seu Filho יא ה שׁ ו ע ה YAHSHUAH Ha Mashyach,
o qual tomou todas as nossas enfermidades espirituais tirando-as de nós.
Nota: Tirando a letra שׁ shin (sh) do nome Yahshuah, o mesmo torna-se Yahuah tanto na forma hebraica como na transliteração para o português.
Estando uma pessoa presa por matar ou roubar,
diante do ato que praticou merece a liberdade? Digo que não. Porém, se alguém
dela se compadecendo contratar um advogado e a libertar, se após esta liberdade
ela retornar ao crime não será novamente punida pela lei? Sim, visto ter
retornado ao erro que lhe havia feito prisioneira sob o jugo da desobediência.
Pela mesma forma, se a graça veio para nos libertar
das acusações da lei que nos fazia prisioneiros devido nossos pecados, voltando
a transgredir os mandamentos da fé não estaríamos em rejeição para com a mesma?
Sem nenhuma dúvida. Isso provocaria de imediato nosso retorno à condição de
escravos, por outra vez aceitarmos a transgressão.
O homem quando tocado pela graça, recebe o perfeito
entendimento para conhecer e obedecer a Kadosh (santa) lei do Eterno, sendo
essa também a fé testemunhada por todos os neviim (profetas) que dessa mesma
graça foram participantes. Sendo agraciados pela misericórdia do alto,
permaneceram firmes nas obras da fé, provando assim que não existe a lei sem a
graça e a graça sem a lei, mas, que as duas caminham de comum acordo.
Como raciocinou Shaul, a enfermidade da lei para
nós agora deixou de existir pela libertação que nos veio do Altíssimo, através
do seu Mashyach, que nos conduziu novamente ao caminho da justiça. Em toda essa
libertação, uma coisa é certa: só a misericórdia do alto é que pode nos livrar
das nossas desobediências, nos fazendo compreender a verdade que liberta.
Colossenses
cap. 2 vss. 16 17 – “Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo
beber ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados. Que são
sombras das vindouras, mas o corpo é de Cristo”.
Antes de formar qualquer conceito sobre esse
diálogo direcionado aos fiéis em Colossos, faço questão de trazer o raciocínio
do apóstolo diante de outro testemunho vindo diretamente da boca do Eterno, para que se tenha uma definição justa diante da realidade do ensino.
Yshayahu
(Isaías) cap. 66 vss. 22 23 – “Porque, como os céus novos e a nova terra, que
hei de fazer, estarão diante da minha face, assim há de está a vossa
posteridade e o vosso nome. E será que desde uma lua nova até a outra, e desde
um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o ETERNO”.
Seguindo a orientação do primeiro versículo da
forma textual acima, não há como não se observar que há um tempo decretado para
cumprimento dessa profética mensagem, cuja realização terá continuidade num
novo reino onde céus novos e uma nova terra hão de vir. Se ainda estão por vir,
logicamente são coisas vindouras. Sendo que o shabat de י ה ו ה YAHUAH equivale
a um ano, distante da perfeição celestial o do ser mortal é apenas uma figura
firmada semanalmente, até que estejamos na imortalidade.
Quando a sombra de uma pessoa vem adiante, nos
avisa da chegada de sua perfeita forma até que já tenha passado. Da mesma
forma, de acordo com o raciocínio de Shaul o shabat (sábado), a lua nova e as
outras festas também são sombras das vindouras que hão de vigorar no reino
eterno, devendo assim ser cultivadas como memoriais dessas.
Quando se pergunta para quem o apóstolo direcionou
a sua carta, de forma generalizada a resposta é: “Para os Colossenses”. Quando
observada no seu início ela indica ter sido direcionada aos fiéis irmãos em
Colossos, não a toda população ali existente. Colossenses 1: 1 2. Essas pessoas
fiéis tinham algo especial para serem lembradas pelo apóstolo: Eram cumpridoras
da palavra de י ה ו ה YAHUAH, o que as diferenciavam das demais.
Se hoje viesse uma carta do profeta Yshayahu
(Isaías) com destino aos fiéis existentes no Brasil, estaria tal carta se
referindo a todos os habitantes deste país? Se fosse por essa forma, todos os
que vivem a cometer homicídio, idolatria, bruxaria e outras profanações
estariam incluídos nessa fidelidade.
Os que assim procedem, guardam as festas de י ה ו ה YAHUAH?
Guardam seu kadosh shabat (santo sábado)? Crê no seu concerto da circuncisão?
Obviamente não! Então, a quem essa carta estaria sendo dirigida? Aos que se
dizem kadoshim (santos), praticando as mesmas rejeições? Logicamente não. Tal
carta estaria endereçada aos que mantém o zelo pelas obras da fé, as quais se achan resumidas em todos os mandamentos dados por ה ו ה י YAHUAH,
único Criador e Adon (Senhor) do Universo.
Da mesma forma que os fiéis hoje são criticados, os
irmãos dessa mesma fé, lá em Colossos, passavam pelas mesmas críticas ou até
piores. Buscando confortá-los por uma fiel demonstração de que os
mandamentos da fé não deveriam ser deixados de lado, Shaul, tendo zelo por
todos eles advertiu: “Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo
beber ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados. Que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de “Cristo”.
Com essa sua mensagem ele não só encorajou aos que
estavam na fé dos profetas, como também ao mesmo tempo enviou uma dura
repreensão a todos os que não se deixavam sujeitar perante os mandamentos da
lei do Eterno. Esses, eram os infiéis que criticavam e perseguiam os fiéis
cumpridores dos decretos da fé, que uma vez foi dada aos kadoshim (santos).
Torcidas visões têm posto Shaul diante de duas
posições constrangedoras: a maioria dos que seguem a lei por vê-lo como
perseguidor desta; e os que a rejeitam, por vê-lo como abolicionista da mesma.
Para ambas as partes, afirmo que Shaul jamais buscou perseguir ou abolir a lei
do Eterno através de sua conduta e de seus
ensinamentos, estando isso evidenciado em suas próprias palavras não vistas
corretamente.
Em momento nenhum deixou ele de falar bem da lei do
Altíssimo; de honrar o seu kadosh shabat; (santo sábado); de se posicionar
inteiramente a favor da circuncisão; enfim, de está em obediência com toda a
palavra professada pela boca do Elohym (D’us) de Ysrael. Ser contrário a isto é
não ter uma visão adequada sobre a sua evangélica missão.
Para os que honram a lei desprezando a graça, ele é
tido por falso profeta. Para os que dizem honrar a graça sem honrar a lei, o
reconhecimento para com ele torna-se o mesmo. Quanto aos que aceitam esses dois
requisitos numa junção coerente, têm esse apóstolo numa qualidade fidedigna
dentro de sua grande trajetória missionária, numa visão aberta para compreender
que tudo quanto ele ensinou em nada foi profano.
Romanos
cap. 3 vs. 31 – “Anulamos a lei pela fé? De maneira nenhuma;
antes estabelecemos a lei”.
É de se estranhar Shaul instruindo aos gálatas o
não cumprimento para com a lei de ה ו ה י YAHUAH, quando
demonstra ensinar aos romanos que a lei não deve ser anulada diante da
verdadeira fé. Estaria ele a pregar duas formas de evangelho? Digo que não,
pois dessa forma estaria criando obstáculos entre romanos e gálatas. Na
verdade, seus ensinamentos se revelam contrários a um romanismo inimigo do
profetismo justo. Vendo a desprezível conduta desse sistema romanista, no cap.
7 vs. 12 de sua carta aos romanos ele adverte: “E assim a lei é santa, e o
mandamento santo, justo, e bom”.
Parecendo contradizer essa
textualização aparece o vs. 11 do cap. 3 do livro de gálatas: “E é
evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo
viverá da fé”. Se para os romanos o guardar a lei é sinônimo de justificação e para os
gálatas ela não justifica, onde Shaul falhou? Estaria ele, diante dos gálatas,
a se desviar da verdade? Que tal dedução, em tempo algum, venha se proliferar
nos estigmas da coerência, para que o petróleo não possa tingir a fonte do
remanescente de Yahshurun (Ysrael).
Para que o tropeço não mais venha está diante da
eleita remanescência yahshurunim (israelita), eis aqui a compatível explicação: vendo
Yshayahu (Isaías) cap. 45 vs. 25, romanos cap. 8 vs. 33, se pode ver que a
justificação vem unicamente de י ה ו ה YAHUAH, sendo isso exemplificado em Avraham (Abraão)
quando a recebeu. Uma pergunta: Nosso pai Avraham foi justificado estando em
obediência ou desobediência para com a lei? Em Bereshit (Gênesis) cap. 26 vs. 5
se tem a resposta.
“Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o
meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis”.
Nesse contexto Shaul demonstrou aos gálatas uma
justificação vinda da misericórdia do Eterno sem anulação da lei, a qual não
foi feita para justificar e sim para corrigir. Isso resume o ensinamento dele
direcionado aos romanos, ficando a lição de que qualquer ser humano é
justificado pelo Altíssimo não por simplesmente ouvir a lei, mas por praticá-la.
Será que em filipenses 3: 8, como muitos deduzem,
Shaul tratou a lei de lixo? Depois de ter observado tudo que aqui foi dito
sobre ele, você, que teve a humildade de acompanhar esse estudo até agora, tire
sua conclusão. A minha, assim se resume: O que Shaul considerou como lixo, foi
a sua confiança carnal de ser profundo conhecedor da lei; e o poder que
adquirira para perseguir, prender e destruir os que não andavam conforme seu
jeito de ser antes que a renovação lhe tocasse. Nessa sua confiança, ele que
zelava da lei se fez transgressor, sendo cúmplice na morte de Estevão e de
outros que viram a prisão e a morte por causa da sua dura perseguição. Quando
passou a ver a lei através do amor e do perdão, considerou como lixo seu
aprendizado rabínico. Jamais ele tachou a lei de lixo, mas a teve como kadosh.
Romanos 7: 12.
E- MAIL PARA COMUNICAÇÃO:
yoshiahugil@hotmail.com
BLOG: brotodeyahshurum.blogspot.com
OBS.
Estudo já registrado.
Atenciosamente,
Yahoshafat
Ben Yaakov
Shalom achi Yahoshafat
ResponderExcluirMuito bom estudo!
Baruch Yahwah que da entendimento e sabedoria aos que O buscam!